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As viagens

Trailer da viagem ao Quénia - NOS TRILHOS DE KAREN BLIXEN - 2026

Trailer da viagem ao Reino Unido em 2024 e 2025 - UM COMBOIO NA BRITÂNIA  

Trailer da viagem a Itália em 2023 - BIBLIOTECA TOSCANA

Trailer da viagem a Cracóvia e Auschwitz em 2022 e 2024 - NOS TRILHOS DE SARAH GROSS

Nos Trilhos de Karen Blixen - Quénia

13 a 19 de agosto de 2026  

 

 

Em 1913, uma jovem dinamarquesa partiu de Rungsted a caminho de um continente distante, onde, durante 17 anos, desfez o seu casamento, viveu uma paixão trágica e se fez uma das escritoras mais vezes nomeada para o Nobel da Literatura. O livro que Karen Blixen escreveu para contar essa história extraordinária seria, décadas mais tarde, adaptado ao cinema e, não se espantem, guião da viagem que vos proponho para o próximo verão.

Nos últimos 4 anos, vivemos grandes experiências: visitámos a face oculta de Auschwitz e a Biblioteca do Trinity College, os cenários literários de Agatha Christie na Riviera Inglesa e as joias perdidas da Toscana medieval; fomos saber de monstros nas águas de Loch Ness e fizemos, de comboio, essa distância mítica entre Londres e os confins da Escócia. O pretexto, sempre o mesmo, foram os livros e os seus autores: Virginia Woolf, Joyce, Oscar Wide, Jane Austen, Yeats e tantos outros.

Desta vez, vamos ainda mais longe, muito mais longe.

Falo por mim. Mais do que uma viagem literária ou um regresso às origens – foi lá que tudo começou -, é o direito que tenho de não morrer sem viver dias assim: um vinho branco ao fim da tarde no terraço do meu quarto-tenda; eu e as vozes da savana, de frente para o pôr do Sol de África.

Parece pouco, mas não. Possa eu pôr por palavras o que espero sentir na altura, irei, enfim, aceitar que me tratem por Escritor.

Um Comboio na Britânia

1 a 7 de agosto de 2025  

 

 

Se tudo correr como espero, daqui a uns meses, eu e a Rita Ferro chegaremos a Inglaterra com um grupo de leitores. De Londres a Somerset, de Devon a Kent, Jane Austen e Agatha Christie e no fim Virginia Woolf, correremos os cenários que qualquer destas autoras escolheu para viver e escrever. A meio da viagem, apanhamos um comboio e atravessamos a ilha até aos confins da Escócia, Inverness, capital das Highlands, berço de Ali Smith, lugar escolhido por Shakespeare para Macbeth matar o Rei. Depois, o barco que se atreve a atravessar Loch Ness, já na véspera de Edimburgo e o seu Museu dos Escritores.

Fernando Savater, o filósofo espanhol, disse que, em certa medida, lamentava já ter lido Moby Dick ou A Ilha do Tesouro, porque, ao fazê-lo, matou a leitura virginal, desgraçadamente irrepetível. Creio que vale a mesma coisa para as experiências incumpridas, para os sonhos atravessados.

Eu explico.

Desde que li Rob Roy numa edição ilustrada da Livraria Bertrand, sempre quis voltar à Escócia. Se nunca o fiz em miúdo, agora, que vou regressar, já não levo a ilusão de dar de caras com o monstro ao visitar Loch Ness e sei que não é igual entrar no Castelo de Urquhart perdida a fé nos fantasmas.

Se isso é irrecuperável, felizmente há outras coisas. O que há de mais literário do que invadir as Highlands pelas vistas de um comboio?

É também uma visita às nossas memórias de leitores, aos primeiros livros, às descobertas da adolescência nas páginas dos romances, aos enredos mais recentes. Planeei esta viagem como faço com os meus livros, escolhi os grandes autores e são eles as personagens que quero ter por companhia ao longo dessa semana.

Sei que é enorme o desafio, mas deixo-vos este convite.

Biblioteca Toscana

8 a 12 de agosto de 2024

Esta viagem à Toscana mais profunda é um encontro com a Itália medieval, mas também ao país de Mussolini e das Leis Raciais de 1938, aliado de Hitler e ator empenhado na tragédia da Shoah.

O pretexto é, como sempre, um livro, desta vez Um Tempo a Fingir, romance que publiquei em 2020. O cenário central fixa-se em Pitigliano, a pequena cidade toscana da província de Grosseto que, por ter acolhido durante séculos uma importante comunidade judaica, ganhou um título: a Pequena Jerusalém. Começaremos, no entanto, por outra paisagem do romance: Roma e o antigo gueto judaico, lugar ensombrado pela detenção de mais de 1000 judeus em outubro de 43, então enviados para Auschwitz. Já na Toscana, seguiremos os passos de Annina Bemporad, a jovem judia, personagem principal e quadro torto na moral fascista dessa morada de intrigas chamada Pitigliano. A visita inclui as ainda os cavoni, corredores misteriosos a céu aberto escavados pelos etruscos, os mesmos que Annina usou para se albergar com Cosimo ou escapar à chegada dos nazis, assim como outras paragens da narrativa – onde Annina viu o mar pela primeira vez, a praia da Feniglia, um dia entre as águas mediterrânicas e um bosque de veados, os burgos de Sovana e Sorano, duas joias medievais que, por qualquer razão oculta, escaparam à devassa turística, e, por fim, Florença, para onde Annina fugiria nem que fosse para um gelado servido pelo Vivoli.

Biblioteca Toscana é um clube de leitura no meio da paisagem toscana, cinco dias num palco onde a beleza é a face insuspeita da tragédia.

Nos Trilhos de Sarah Gross

18 a 22 de agosto de 2024

Desde que, em 2015, publiquei Perguntem a Sarah Gross, foram várias as pessoas que me desafiaram a acompanhar uma visita à Polónia. Sempre rejeitei a ideia, nunca entendi que a minha presença pudesse acrescentar qualquer coisa à prestação dos guias profissionais que nos mostram Cracóvia ou Auschwitz. Se um dia aceitasse o desafio, seria para propor uma experiência diferente, em que – aí, sim – pudesse valer-me dos 30 anos que levo a investigar a perseguição aos judeus na Europa e a história dessa pequena cidade no sudoeste polaco: Oswiécim– o nome oficial, ou Oshpitzin, como lhe chamavam os judeus, ou ainda Auschwitz, como foi rebatizada pelos alemães e dada a conhecer universalmente. Então lembrei-me do romance e de todos os seus lugares. Quantos desses cenários escapam aos tradicionais roteiros turísticos? Foi assim, a partir do itinerário de Perguntem a Sarah Gross, que esta visita foi pensada. A primeira edição deu-se em 2022 e deixou laços, esse improvável impulso de manter o diálogo muito para além da viagem - dezenas de pessoas que, ainda hoje, tanto tempo depois, tentam perceber o que nos aconteceu ao olhar Auschwitz de frente. E a incompreensão, sabemo-lo, é o pretexto irrecusável para o regresso.  

João Pinto Coelho​

PROGRAMAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DA VIAGEM:

LUSANOVA - Excursões e Turismo Lda. | RNAVT 1739

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